sexta-feira, 10 de junho de 2011

CONTAR HISTÓRIAS


......Qualquer um pode contar histórias. É do humano a prerrogativa da plavra. Entretanto os contadores de histórias mais antigos, os bardos, impregnavam a o conto com imagens ricamente detalhadas, com o intuito de produzir efeitos especiais na mente de quem os ouvissem. Depois de muito meditarem, sobre a história que seria narrada, discursavam de maneira condizente à audiência, ou seja, procuravam “ falar a língua” dos ouvintes a partir dos olhos da imaginação, para posteriormente conduzir o espírito dos mesmos para muito bem onde ele, o contador de história queria. Um eficiente contador de história freqüentemente descreve, através de imagens e ações as personagens, o estado interno de consciência, o caráter dos mesmos. A história passa a ser, então um espelho que reflete aspectos específicos do mundo inteiro. Considerada, por muitos, uma arte interpretativa, a arte de contar histórias, pode ser aplicada em todas a profissões, além de ser utilizada também para restabelecer a harmonia, ilustrar questões, informar, criar um tipo de humor e gerar clímax. É uma forma estética e espiritual de comunicação que muda de acordo com as circunstâncias do conto.

......Existem grandes variedades de material, à disposição dos que desejam saber sobre o assunto. Quanto mais histórias conhecer, maior será a ressonância com a audiência. Existem inúmeros mitos, lendas, épicos, fábulas, parábolas, anedotas, folclores e contos de fadas para se pesquisar, mas o ideal mesmo é como diz Clarissa Pinkola Estes, “...dormir com a história até que ela sangue em você” (1994:568). Assim a história será sua e você será dela, com autoridade para compartilha-la com o mundo.

......Devido a grande quantidade de material disponível, nem sempre é fácil escolher a história que melhor se adapte ao processo mágico do encantamento.
Como fazer? Comece lendo e relendo as histórias que você gostava quando criança. Certamente, houve alguma razão para a terem tocado tanto, e podem refletir energias intrínsecas à sua vida. Estude sua raça e ascendência, explore a mitologia associada à sua cultura. Se pertencer a alguma religião, explore os mitos e fábulas, que pertencem a ela. Comece escolhendo a história ligada de alguma forma à sua vida.

......Existem alguns preceitos que um Contador de Histórias necessita relevar: Primeiro escolher uma história que você sinceramente goste e depois de escolher a histórias, faça uma avaliação de suas metas. Tente compreender as pessoas que vão ouvi-lo. Identifique as principais características de suas personalidades, suas motivações, relacionamentos, objetivos e etc. Ao narrar uma história é importante que se faça uma introdução interessante. Imponha um limite de tempo cronômetrado para cinco ou sete minutos, no máximo. Veja de qual maneira esta história pode ser adaptada para diferentes tipos de audiência, levando em consideração a linguagem, o estilo e o tema.

......Esteja sempre consciente quanto ao tema que a história porta e portanto, desenvolverá. Em geral ocasiões especiais determinam o assunto. Você pode fazer uma relação de histórias sobre o mesmo assunto, ou que possam ser adaptadas a um determinado tema. Para isso é necessário que se tenha um bom arsenal de contos de tradição oral.

......A história precisa ter um inicio. Na maioria das vezes é uma simples condição do que é, quem, quando, e onde as coisas acontecem. Um incidente inicial dá o tom aos acontecimentos, levando depois ao clímax e à conclusão. Seja qual for a história decore a seqüência. O importante é que a história possa fluir sem que se repita palavra por palavra. Deve haver fluência na narração, isto manterá a história viva, utiliza-se de técnicas verbais e também não verbais, que aliás é imprescindível o corpo. A palavra ganha corpo e o gesto também! Esse processo pode parecer fácil e espontâneo, mas, como toda a arte, exige treino e prática.
Existem algumas leis que merecem consideração, na arte de contar e ouvir histórias como nos apresenta Ted Andrews em seus escritos sobre sons sagrados.